FIM DO PRIMEIRO CASO
Paula saiu por volta das dez da manhã disposta a deixar resolvido o primeiro caso, que sempre lhe parecera simples e depois de ter feito a visita com o Jaimim, mais se arreigou a ideia.
Afinal, tinha enveredado por um trabalho simples e limpo, não iria contundir com as complicadíssimas investigações dos rapazes da Judiciária que podiam levar anos a resolver aquilo que todo mundo sabia, mas e as provas?
Cismando nisto, pensava deixar já resolvido o seu primeiro caso. Poderia apresentar o primeiro honorário, o que não sendo importante para já, faria bem ao seu ego.
Dirigiu-se ao primeiro balcão onde sabia o jaimim ter conta, palpitava-lhe ser naquele de que tinha saído os créditos para a compra do carro. Teria de falar com o gerente, se fosse novo, tanto melhor, exibiria mais à vontade o seu charme, no caso de ser mais maduro usava-o na mesma. Há lá homem que resista a uma mulher coquete?
Assim fez, pediu para contactar o gerente, este não tardou em fazer a aparição e logo vidrado com a presença de elemento feminino tão interessante, convidou-a a entrar no seu gabinete, sentar-se e disse: Sou todo ouvidos, não posso precisar o que pretende, crédito naturalmente, não se acanhe, estudaremos o seu caso, tanto mais sendo para uma beldade, como a senhora!...
Foi a vez da Paula dizer:
- Queria falar-lhe pessoalmente, mas por razões muito diferentes, não sei se deva!
- Todo o homem se desfazia em delicadezas, estou ao seu serviço, ordene seja o que for.
- Hum, a Paula estava a ver-se com a sua gente, resolveria sim!
- Um certo frémito de emoção, levou-a a pôr de parte alguma timidez e de imediato, abordou o que a levara à dependência do banco.
O assunto era confidencial, mas ela foi dizendo o porquê da diligência, sabendo que conseguira impressionar. A resposta foi que não constava nada ali, mas sendo amigo do gerente de outra agência trataria do assunto, se estivesse sedeado lá, claro!
Ligou ao colega e depois de amistosos cumprimentos, passou à linguagem bancária:
- Olha pá, chegou-me em caso, mas parece-me ser contigo. Não tens a tua lista de créditos mal parados?
- Ui!... Não me venhas falar em caloteiros!...
- Dessa, não fará parte um tal Jaimim?
- Contactaste-me, apenas para chatear, não és amigo?
- Vá, diz lá!
- Está bem, mas não me venhas pôr mal com o dia de trabalho e então com esse crápula!
- O nome está bem assinalado e depois?
- Então partiu da tua agência a ordem de recolha do carro, que transportava sua excelência?
- Depois de tudo tentado, foi o único caminho!
- Se não fosses amigo!
- Obrigado, bom dia e boa disposição!...
Virou-se para a Paula e perguntou: Ouviu? È suficiente?
Esta escutara realmente, estava resolvido o caso do Serrão, que naturalmente teria de ser obrigado a perdoar.
Conversou mais um pouco com o simpático gerente e com ambos satisfeitos partiu.
Almoçaria e depois iria escritório, tomaria nota do que houvesse de novo em agenda.
Antes, porém passaria a casa da Zeca, a assunto dela parecia interessantíssimo. Não lhe passava da mente e por complicado, estudava a forma de começar e nada como ir aceitando a sua amizade e conversando.
Convidou-a a tomar um café, o que foi prontamente aceite e seguiram. Já em amena cavaqueira, apareceu um interessante rapaz, cumprimentou-a e depois de convidado a sentar-se e da apresentação, entrou na roda da conversa.
Fê-lo fácil e desinimente, mostrando que estava habituado a conviver e mostrar prazer nisso. Era agradável e a Paula pode reparar estar ali um grande companheiro, que parecia ter muita experiência de vida.
Então foi conduzindo a conversação para assuntos da sua preocupação. Viu que conhecia muito bem o Helmer, assim como algo do caso que tinha em mente começar.
Logo pensou ter nascido ali um amigo, um útil amigo, tanto mais este trabalhar em serviços externos, uma espécie de vendedor técnico de artes gráficas, pelo que fazia inúmeros a variados contactos profissionais.
Nem mais! Imediatamente lhe dirigiu o convite para almoçarem juntos no dia seguinte.
Posto isto, dirigiu-se ao escritório, trocou impressões com o Campelo e via telefone, convocou o Serrão para dar lhe dar conta da conclusão do caso Jaimim.
Por fim regressou, com um dossier do assunto a tratar no dia seguinte!
Segue…
Daniel Costa
quarta-feira, 19 de março de 2008
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