DONA MICAS
Na aldeia do Oeste
Num dia invernoso, agreste
Nuvens negras no céu
Tudo escuro como breu
O farol da Berlenga
E do Cabo Carvoeiro
A deitarem urros no éter
Alertando o marinheiro
Dirigindo-se mais ao timoneiro
Na costa a sul do Carvoeiro
Avistam-se ondas muito altas, medonhas
Ululam ao desfazerem-se na rocha
Fazendo estrondo como que a bater o pé
Pareciam dirigir-se a humanos sem fé
Dona Micas segue rua acima
Como que a visar os quatro moinhos
Cada vez mais a eles se arrima
Segue com o seu manto negro
Qual bruxa maldita, a meter medo
No cordame das velas dos moinhos
Assobiam búzios tristonhos
A bruxa, qual fantasma negro maldito
Vai distribuindo conselhos
Dizendo: é prenúncio do finito!
Ninguém acreditava na dita
Porque teriam esperança
Num Deus de justiça bendita
Daniel Costa
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
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27 comentários:
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as dicas
na dona micas,
,
parabens, daniel,
,
saudações,
,
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Rapaz; Caramba, a dona micas era bruxa mas nã sabia o que ia acontecer!..Bela poesia e lindo jogo de palavras... O nino daniel sabe do que fala e do que escreve...
Beijinho de boa noite e um amanhã risonho...
gostei mesmo, lembrei da vovó.
bjosss...
Oie lindo! Que belo poema, viu? Ainda bem que restava ao povo a fé e a esperança em Deus.
Beijos
Daniel o unico caminho para a paz interior é acreditar que Deus existe!
Mais um poema profundo!
Beijo doce
Esse e o anterior, sobre a maldade, ótimos.
Vc se supera a cada dia.
Vida é isso.
Beijo
A esperança que rima e fez nascer este poema lindo...
Obrigada pela visita...
Até já
Beijos e abraços
Marta
É sempre avisado ouvir avisos...
Tudo de bom.
Daniel,
Sua poesias são sempre muito bem escritas.
Dizendo: é prenúncio do finito!
Ninguém acreditava na dita
Porque teriam esperança
Num Deus de justiça bendita
E fico maravilhada com elas
Beijos
Pareceu-me inofensiva a Dona Micas tão slitária.
Cadinho RoCo
Não me digas que andas outra vez com achaques...mau, mau, e mau memso...força nas canetas, na memória e em tudo e as dores já eram...ji da laura.
Que maravilha! Parece que estou lá, no sítio que descreve no poema e que tão bem conheço. Obrigada.
Daniel:
Desculpe a demora em escrever-lhe, mas vc me disse que ficou hospitalizado. Fiquei preocupada com vc. Como o meu comentarista preferido fica doente?
Gosto muito de vc, viu?
Beijinhos,
Renata
Olá Daniel,
O que dizer de tão belas palavras, que me encantam e em levam a outros mundos!!
Adorei , muito linda
Beijos,
Cris
Caro amigo Daniel
Espero que esteja retemperado, pois parece-me que foi apanhado pelas nuvens negras ou alguma ondulação e, (ou), pelo vento que assobia.
O Verão também não vai assim tão medonho ...
Recupere as forças com força!
Querido Daniel.
O seu texto me transporta a uma época em que lia muito os contos tradicionais de Portugal - sempre gostei deste imaginário tão rico em arquétipos e simbologia.
Sua sinistra "Dona Micas" é temida, mas superada pela fé. O ser humano "a" tem como única e inevitável certeza... Uma bela construção literária, assim como todos os seus textos - adoro. As "ondas" gigantescas são lindas... ouvi o som delas no rebento. Magestoso!
Estou de volta aos blogues!
O seu link está nos meus dois espaços - em "Poetas Afins", nos dois blogues.
Beijos da amiga,
Ana.
O espaço virtual tem destas coisas...
A gente vai descobrindo, passo a passo, com o olhar da emoção...
Devagarinho, com cuidado...não se vá pisar alguma flor...
(Você descobriu um pouco de mim, porque havia muito mais. Retirei uma série de textos há pouco tempo. Cheguei à conclusão de que não queria escrever mais sobre doença e de que alguns poemas deverão ficar nas sebentas...)
Receba um abraço de peito aberto e...
Seja bem vindo!
Só mais uma coisinha: Sempre houve uma D. Micas em todas as aldeias...perto ou longe do mar!
BIA
Refiro-me a que este espaço da blogosfera,permite-nos "encontrar e conhecer" pessoas que de outra forma, seria quase impossível...
Quando digo que por pouco, terias tido a oportunidade de conhecer mais de mim, é porque retirei imensos posts.
Quanto à D. Micas, também na minha aldeia, havia uma figura tal qual...
Estás à vontade. Alegre ou triste, a expressão da alma é sempre linda de se ver! Neste caso de se ver com os olhos do avesso!
Abracinho (por vezes, meto as mãos pelos pés a tentar expressar-me...é genuíno em mim...)
Gostei muito do seu poema, Daniel querido. Fiz postagem nova dedicada aos nossos irmãos portugueses. Aperte a tecla "Page Down" e pare onde bem lhe aprouver. Se tiver interesse em mais coisas, volte outro dia, pois o post não vai sair de lá.
Um abraço,
Renata
wwwrenatacordeiro.blogspot.com
No final do post, há uma casinha, um banquinho, depois quem quiser pode ir ao meu castelo.
Dona Micas...
Tua poesia me fez lembrar de D.Francisca uma velhihna que ficou na minha infância!
Beijinhos
Maria
Olá, um dia bom, mesmo bom para ti e sem entraves à entrada aqui no casório, pois alegras a todos ams tens de dar vazão às respostas...
Tá de chuvinha mole, fraquita, com pretensões a chuvaréu!... e adoro sentir este clima de friozinho no verão que o sol também cansa...
É sábado e nem me apetece estar no ninho, já tomei meu cafézinho e agora vou ver as noticias, pois o pessoal todo, dorme, até o shakita...beijo da laura..
Gostei do poema e da dona micas, figura terrível, mas de Fé !
Bom fim-de-semana,
Belo...um sussurro
Gostei.
Beijo fantasma...
Sábia dona Micas, quem avisa amigo é!Com esperança tudo se transforma e atrai coisas boas não é mesmo?Parabéns Daniel, aceite meu carinho.
Nossa, Daniel, ela de fato existiu e vc conviveu com ela... Que figura lendária então! Que ser. Uma "morte-viva". Ela ainda está viva?
Beijos...
Ana
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