PERSEGUIÇÃO
Uma empresa pequena ou grande, capitais nacionais ou estrangeiros, visará sempre o lucro, mas terá de ter em conta a elevação da sociedade onde se insere. Isso sairá de dentro para fora, com a valorização do seu capital humano.
Deverá também ter em conta esse objectivo, estimulado com iniciativas empresariais, até com departamento próprio, destinado a criar iniciativas de incentivo. Nem é necessário os chefes ou directores de serviços possuírem coeficientes de inteligência elevados, para entenderem, que a promoção terá de partir do seio da unidade comercial.
Não estará tão distanciado o exemplo de Henri Ford, que proporcionou crédito a todos os empregados, afim de possuírem o automóvel da sua fábrica.
Fazia deles, os clientes por excelência, criando ao mesmo tempo motivo de orgulho, e vontade de seguidores, que por sua vez seriam animados e ficariam motivados, para serem novos clientes.
Era também uma eficaz forma de marketing, e as unidades portuguesas?
Os pensamentos de João Moisés divagavam e navegavam, por este e outros exemplos de visão empresarial. Mostrara-se já homem de estrutura mental para os assimilar.
Podia abrir as mãos e mostrar, como se fazia e devia ser, o motivo da confusão que perpassava nos espíritos de superiores, que iam aproveitando a experiência do jovem. Apenas mostravam que sabiam fingir que pensavam, nada mais!
Como eram incapazes de mostrar, valor inerente aos cargos que ocupavam, preocupavam-se em procurar alinhamentos mentais, à sua altura.
Foi assim que, João Moisés começou a sentir uma tenaz perseguição, algo inconcebível, porque nem sequer era aberta, já que o Administrador catalão senhor Esteve, o trazia de olho e destinava a promoção.
Mas eis o que o homem que viera para Lisboa erguer, o que já estava encaminhado para ser um grande colosso empresarial, foi chamado a gerir outro projecto.
Assim, a perseguição logo se fez mais notada.
Coitados!...
Sabiam fazer de fingidores, não gestores!...
Uma certa perseguição andava já no ar, faltava a coragem de a fazer abertamente. Então quem, era por exemplo, o alto chefe mais directo? Onde estava a rectidão e o poder da democracia que apregoava, quando a palavra não passando de fazer parte de uma frase feita, era quase tabu, dos tempos e do regime vigente?
Pois o Moiteirim, apenas tinha entrado no loby do Merilim, que trouxera alguns colegas, naturalmente fascinados pelo seu poder de conversação, pela elegância pessoal, pela facilidade com que este manipularia pessoalmente o seu mundo, um fácil e conveniente modo de gerir, sem ter de pensar.
Incapaz de ter pensamento próprio, Moiteirim possivelmente teria cedido em holocausto, a cabeça de João Moisés, realmente, talvez fossem necessários dois para o irem derrubando lentamente.
Este, um dia contra o habitual, interferiu no nas suas marcações de contactos externos com agentes de tutela, porque era necessário ficar à disposição, para esclarecer pormenores sobre os sectores formados, a quem precisava de utilizar essa mecânica.
Parecia uma música, porque se via logo não ser necessário, nem para adormecer!
Passava-se algo estranho, porque um dia sem contactar agentes interferia muito no eficaz cumprimento de objectivos, os quais consistiam em prémios maiores ou menores, baseados no coeficiente de vendas, esses seriam uma contrapartida pelo tempo extra de trabalho.
Havia isenção de horário, com contrapartida baseada neles e mesmo assim o sindicato, mesmo fascista, não aceitava que, para o caso, os ordenados não sofressem aumento fixo. Estava ali mais uma pura violação, perpetuada na incompetência, tanto mais que os prémios, por objectivos, também lhe eram favoráveis e o João Moisés gostava do que fazia e com os seus métodos pessoais, estava a conseguir êxito.
De qualquer modo, nunca deixara de funcionar o próprio espírito e o jeito de investigar.
E, esse passara a aplicação, sentindo ele próprio agora a necessidade de o utilizar e passara a haver muitos indícios.
Mas porque havia a lacuna das chefias, diria a incapacidade de fazer implementar as contas e mandar, aquele rebelde a outra freguesia?
Mistério, incompetência, ou o homem seria imprescindível?
De facto os Moiterins, os Merilins e os Afins, eram uma cambada de idiotas, sem saberem valsar!
Daniel Costa – in JORNAL DA AMADORA
domingo, 16 de novembro de 2008
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10 comentários:
Caro Daniel
O pobre Moisés alguma vez terá sorte?
Não lhe dão tréguas!
Mais um retrato muito bem feito duma época marcante da nossa história e da vida dos que então viveram.
Uma semana feliz.
Beijinhos
Mariazita
*
os Moiterins, os Merilins e os Afins,
,
e continua tudo como dantes,
ou como o negreiros do dantas,
dizia . . .
,
um abraço, eixo
,
*
Adorei o novo look! Esta muito lindo...
Descricao fiel de uma epoca interessante.
Beijo doce
Bem, como não estou bem inteirada dessa história, apenas li o texto e gostei!
Beijos de luz e o meu carinho!!!
Coitado do Moisés...mas parabéns pelo txto
beijos
...passeando por aqui,
senti um ar de austeridade,
sem portanto perder a
delicadeza do espírito.
tenho um amigo que vai
adorar seu blog...
bjusss
Daniel:
Vem hj, estou com saudades.
Beijos,
Lucienne
Oiiii, já tardava néra nino?..pois é, a rapariga foi ontem para a escócia, o rapaz foi hoje pelas 19,e cá tou eus em nenhum, antes ainda estavam aqui os dois,d epois foi-se ele e ela ia e vinha como agora, mas assim até ao dia 12 não a terei, mas já falamos no msn e em mails...e ele mal chegue escreve do comboio e quem sabe encontra o nosso xistosa em manchester, ehhhhhh.
A tosse ainda persiste e a garganta lá vai..mas tá a demorar a passar tá sim..
Bem, referindo-me aos escritos do joão moisés, pelo que vejo, ele tem sido um bom homem e muito honesto e o resto é treta..todos os que mal fazem, mal recebem amanhã... Beijinhos d alaura..
ahhh, esqueci de dizer que adorei a moderna decoração, mas que belezura..é lindo assim..beijinho.
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Daniel,
Passei para lhe desejar uma linda semana!
O blog com seu novo look está ótimo!
Grande abraço
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