DUAS PALAVRAS
ESQUADRÃO 297 EM ANGOLA - (aqui desde 07/11/2007)
O Jornal da Amadora publicou de 1 de Janeiro do ano de 2006 a 15 de Fevereiro de 2007 as crónicas de Daniel Costa enquanto militar mobilizado em comissão de serviço no norte de Angola a fim de combater na guerra colonial.
Tudo começou nos primeiros meses de 1962 e vai desenrolar-se até Abril de 1964.
O relato assume-se sempre de forma objectivada e pormenorizada.
A escrita diarística encontra aqui um representante válido porquanto os acontecimentos militares não podem excluir as relações de casualidade.
Trabalhos desta índole representam na micro estória a busca de significantes e interrogam-nos.
A figura do soldado Onofre (Daniel Costa), nestas crónicas revela uma continuidade complementar na postura que se propõe a si próprio ao longo do relato, na procura, conseguida, de informar e informar-se.
Prepassam nestas páginas breves alusões, embora, a personagens conquanto alheias à guerra colonial relevam de contemporaneidade ( De Gaulle e Montegomery).
Todo o descritivo situa-se na ambiência geográfica africana - a negritude - na sua carga milenar; esta assimila-se à presença portuguesa gerando a miceginação.
O acervo de dados a partir do Esquadrão 297 é impressionante: o real quotidiano, as obrigações da guerrilha. o outro. A Breda e a Mauser, o alojamento, os acampamentos, as refeições, o convívio entre militares, o lazer, as "madrinhas" de guerra.
Os desfiles. A sexualidade na ambivalência das recordações femininas e as "derivações" na mulher africana.
Por fim a aurora da libertação.
Onofre (Daniel Costa) coloca-nos perante as memórias das vivências insuspeitadas destes actores.
Deles e dor do outro, visto que a memória é recíproca.
Necessáriamente.
A. M.
Lisboa, Agosto de 2007
quinta-feira, 10 de abril de 2008
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2 comentários:
Namastê!
Alê
Obrigado!
Passa Sempre, serás bem vindo!
Daniel
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